quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Chair Dance

É uma pena eu ter abandonado esse blog por esse tempo todo... A verdade é que ultimemente eu tenho "traído"a escrita com a dança, por isso não tenho muitos textos novos para publicar. Mas hoje - estranho que de todos os dias, tenha sido este - me ocorreu que isso não significava que eu não podia compartilhar o que eu estava fazendo.

Estou dançando chair dance. Que é um tipo de dança sensual na cadeira. É lindo e eu estou completamente apaixonada. Comprei uma cadeira especialmente para poder dançar e vivo arrastando um espelho para a sala aqui de casa para poder criar coreografias.

Mas eu não desisti de escrever - afinal, é uma coisa que eu amo também. Mas está meio óbvio que eu não sei dividir muito bem o meu tempo, não é?

E fica a sugestão para quem ama dançar: experimentar um pouco se movimentar na cadeira. É uma dança deliciosa, as poses ficam maravilhosas e - acredite - vicia de um jeito inacreditável.



quarta-feira, 22 de junho de 2011

O Beijo






Um beijo. É só o que precisa para você se deixar levar. Não importa a força dos olhares, a sensação da mão da pessoa pegando a sua e lhe puxando para longe da confusão; até aí você ainda pode resistir.

Mas é com o beijo que você se rende. E não importa qual tipo de beijo - aquele que lhe pega desprevenido, de surpresa, no meio de uma frase; aquele que vem devagarzinho, que você sabe que pode impedir, mas não o faz; aquele que vem depois de um silêncio mútuo que rapidamente se transforma em uma tensão sexual irresistível.

É sempre o beijo.

Ele vem antes e depois de tudo. Beijos delicados, gentis, apaixonados, molhados, brutos, com mordida, provocantes.

Sempre existe um beijo certo pra cada ocasião. Beijos de "oi", de "tchau". Beijos pra antes, durante e depois do sexo. Sim, são todos diferentes. São todos deliciosos, ao seu próprio jeito.

Existem, também, beijos para cada parte do corpo. O galanteio do beijo na mão; a meiguice do beijo no nariz; o arrepio do beijo no pescoço; o fogo do beijo na boca. Isso sem falar na paixão dos beijos nos lugares escondidos pelas roupas.

Só o Kama Sutra já cita 30 tipos de beijo. E você sabe que um beijo nunca vai ser igual ao outro. Por mais brega que pareça, eu poderia até compará-los com flocos de neve: mágicos e únicos.

Tem selinho, beijo de esquimó e o de borboleta - que é com os cílios. Tem até beijo técnico, onde você só finge que beija, atua. E tem o nosso favorito; beijo francês.

Ah, o beijo francês. Impossível colocar em palavras a verdadeira excitação que se sente ao experimentá-lo. Sempre digo que gosto dos meus beijos com lábios, língua e dentes. Sentir toda a urgência, o tesão, a paixão, o carinho, o amor. O especial é que o beijo francê aproxima as pessoas, consegue conectá-las. Delicioso. Sempre.

Existem beijos que deixam as pessoas completamente loucas. Como os que eu adoro, na orelha - com direito a mordidas e algumas palavras obscenas. Ou aqueles na nuca, com um roçar delicado de lábios. E aqueles apaixonados, na chuva. Mas os mais enlouquecedores são aqueles ao redor dos mamilos; mas sem realmente tocá-los. Ou então aqueles - perigosos - que descem pela barriga e vão acompanhando a linha da sua calça.

Já beijar os pés de uma pessoa mostra o quanto você está submisso a ela. E louco por ela também. Os beijos nas pontas dos dedos (mãos ou pés) são sedutores natos - passar o dedo da outra pessoa pelos seus lábios e depois colocá-lo dentro da boca devagar... Hmm.

O maior mistério para mim, quando eu era criança, era que gosto tinha um beijo. E existem mesmo beijos com gostos característicos, como hortelã. Afinal, tem também quam beija com bala, chiclete - tinha aquela cantada clássica: "Quer um chiclete? Vem pegar então..." e abria a boca mostrando-o com a língua.

Quanto a mim, não consigo dizer qual é o gosto de um beijo. Mas posso dizer que ele tem o poder de fazer com que eu esqueça de todo o resto; de tudo e de todos. Quando alguém me beija, nada mais importa. Só a excitação de sentir seus lábios nos meus.

Tudo o que todo mundo procura é alguém para dar todos os tipos de beijos. Afinal, como as próprias princesas de contos de fadas bem sabiam: beijar a pessoa certa é tudo o que a gente precisa pra viver feliz para sempre.

sábado, 18 de junho de 2011

Músicas para Striptease




Faz bastante tempo que eu estou procurando e procurando músicas perfeitas para se fazer um striptease. É uma coisa extremamente difícil porque a música que pode ser ideal para algumas pessoas é exatamente o oposto para outras.

Veja bem, eu acabei de fazer um curso de danças sensuais. Que não deixa de ser striptease. E foi fantástico, para dizer o mínimo, e me deixou super inspirada. Inspirada para descobrir que tipo de strip eu faria. No chão? Na cadeira? Encostada na parede? Na cama? Dançando pelo quarto? E a roupa? A lingerie? A música?

E eu descobri que só poderia descobrir a resposta de todas as minhas perguntas se descobrisse qual a música iria libertar minha stripper interior. Só por curiosidade - afinal, fiz o curso por curiosidade, realmente tinha ido lá sem segundas intenções - saí pesquisando que músicas me inspirariam a tirar a roupa e fazer uma dança sensual.

Finalmente aqui estão minhas dez músicas e o por quê. Espero que ajude quem estiver na mesma busca por músicas sexys que eu estive. Mesmo que seja para fazer um strip para você mesma, na frente do espelho, vale a pena.


# I Just Wanna Make Love to You - Etta James

Quando eu ouvi essa música pela primeira vez, eu quase que consegui me ver dançando. É sensual nos momentos certos, provocativa nos momentos certos e tem aquele estilo antigo irresistível.


#You Can Leave Your Hat On - Joe Cocker

Primeiro porque foi completamente feita para um striptease. A voz sexy, a batida gostosa, e essa letra que não deixa dúvidas do que você está pretendendo. Segundo, quem consegue esquecer a cena clássica do filme "Nove Semanas e Meia de Amor" onde a Kim Bassinger dança para o Mickey Rourke?


#Straight to Number One - Touch and Go

Poucas músicas são mais eróticas para mim do que essa. Como o segredo do striptease é você estar excitada, confiante e no clima, é bom escolher músicas que tenham um sentido sexual para você. Particularmente, eu gosto das músicas cuja letra seja excitante - e essa é simplesmente perfeita.


#Dirty Talk - David Guetta ft. Wynter Gordon

Falando em letras excitantes... Mas eu quase não selecionei Dirty Talk, porque eu prefiro que meu Striptease seja em uma música mais lenta. Só usaria essa em um dia que estivesse confiando muito nas minhas habilidades de dança, porque a minha impressão é que quando a música fica mais rápida, só rebolar não basta. Mas não deixa de ser sexy e, no fundo, eu me imagino dançando essa também.


#Lost Without You - Robin Thicke

Essa é pra fazer para alguém que você ama. Eu imagino que uma dança nessa música deve romântica, lenta e quase um sonho. Sim, eu criei toda uma fantasia ao redor dessa. Ela não costuma estar na lista de músicas sexys ou de strip, o que prova que qualquer música pode ser a música que desperta a vontade de dançar para a pessoa que você ama.


#Sexual Healing - Marving Gaye

Deliciosa de dançar, letra com aquele toque levemente picante. Precisa de mais?


#Breathe On Me - Britney Spears

Minha música preferida da Britney. Não é muito rápida nem é muito lenta, e ela praticamente geme em vez de cantar. Entre esses gemidos e suspiros existe uma letra provocante e super sensual que pode servir até de base para uma coreografia.


#So We Start - Brook Sapphire

Se a voz desse homem não te deixar no clima de tirar a roupa, não sei o que vai. Perfeita para uma dança lenta, mas que promete várias supresas.


#Love, Sex and Magic - Ciara ft. Justin Timberlake

Basta assistir o clipe para ver que a música tem potencial. Aliás, o clipe me hipnotiza - é uma das coisas mais sexys do mundo para mim. Então pode ser uma coisa pessoal, mas eu adoraria dançar no ritmo dessa música; ainda mais com um cara gato observando cada movimento.


#Let's Not Play the Game - Maxwell

Me disseram que a música não era muita coisa se a gente não podia ver o cantor; mas eu discordo. Acho que é uma música lenta e suave mas com uns impactos - perfeitos para movimentos drásticos. Óbvio, o cantor é um pecado de tão lindo, assim como o clipe, mas você também pode ficar linda dançando essa música.


É importante manter em mente que isso é muito pessoal; a música vai levar seus movimentos, então você precisar gostar e confiar nela. Por isso é bom pesquisar e conseguir se imaginar dançando ao som delas. Dance pra você mesma primeiro!

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Transbordando




Eu sedento, e você aí. Transbordando. Sensual.

Deixa eu beber de você, em você, com você. Um drink, é só o que eu peço nessa noite fria. Um drink que desça queimando a garganta. Não, você é muito doce para isso. Sofisticada. Talvez peça um vinho, um espumante, ou até um Dry Martini - quem sabe. Ou talvez me provoque e diga que não bebe.

A sede não parou. E você continua. Transborda.

Subir a bordo de você, com você, era tudo o que eu queria nessa noite fria. Puxar-lhe pela mão e levá-la porta a fora. Onde seus suspiros seriam denunciados pela fumaça de ar quente que escapa de nossas bocas em noites frias como essa.

Sinto cada vez mais sede, e você transborda mais e mais.

Nadar nessa onda dos seus cabelos, da sua cintura, é só o que eu desejo nessa noite fria. Afundar em seus olhos, mergulhar em sua boca e provar só um pouquinho de você. Você tem tanto.

Quando um homem sedento encontra uma mulher assim como você - que transborda - ela se torna oásis, miragem e o deserto. Tudo de uma vez. É como se olhar para você me deixasse ainda mais ansioso por só um gole. Uma palavra, um gesto sedutor, um beijo. Aposto que quem prova de você não consegue se contentar com pouco.

Seus olhos, seus lábios, seus seios, seus quadris, suas coxas, seus cabelos, suas expressões, seus gestos...

Suas palavras... Transbordam.

E eu aqui. Sedento.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

E eu voltei de Nova York...!




Ainda me lembro da primeira vez que vi o filme "Sex and the City" - vi o filme antes de ver a série, então foi meio que o começo de tudo pra mim.

Carrie diz, bem no comecinho, que as pessoas vão para Nova York para encontrar os dois "Ls": Labels and Love. Não posso dizer que encontrei amor em Nova York (às vezes não precisamos ir tão longe assim para encontrá-lo), mas quanto às grifes... Ah, sim, essas eu encontrei.

Nunca me considerei alguém que dá muito valor para marcas, basta ser uma roupa/acessório bonito e está ótimo - e esse é justamente o motivo pelo qual estou começando meu texto falando disso, ainda não consigo acreditar. Mas é que eu consegui sentir minhas convicções fraquejarem pela primeira vez no minuto em que eu vi as botas até o joelho - Louboutin. Consegui ver elas sendo jogadas pela janela assim que eu paguei pela minha carteira Michael Kors.

Claro que Nova York é muuito mais que compras. Aliás, nem fui lá com o objetivo de fazer compras. Mas é que Nova York também é glamour. Vou dizer, não existe sensação igual a de andar nas ruas dessa cidade com suas melhores roupas e com aquele ar decidido de quem sabe o que quer.

Eu AMEI cada segundo da viagem. Me diverti como nunca. Adorei cada quadro que vi em museus, cada rua movimentada. Até o barulho da cidade me agradou; as sirenes, buzinas e conversas em todas as línguas.

Fui a três museus: o MoMA, obviamente, onde adorei ver obras do Van Gogh, de expressionistas alemães e do meu pintor preferido - Andy Warhol - entre milhões de obras incríveis. Fui também ao Whitney, que foi interessantíssimo e onde cada obra era motivo de muita reflexão.

E, finalmente, fui ao museu do sexo. Isso mesmo, um museu dedicado ao sexo. Foi uma experiência única; vídeos que mostravam o sexo em filmes no decorrer das décadas, exposições de fotos, sexo no mundo animal, esculturas, objetos de fetiche, sexo em histórias em quadrinho... Provavelmente ainda vou me aprofundar em algumas das coisa que vi lá, então não vamos mais estragar surpresas.

Também fui a dois musicais da Broadway, O Fantasma da Ópera (um sonho antigo) e Mamma Mia, que eu amo, amo, amo! Foram totalmente incríveis.

Não consigo imaginar como poderia ter me divertido mais nessa viagem, se bem que é Nova York, então tudo é possível. Pretendo voltar e sugiro para todo mundo que aproveite qualquer oportunidade de ir para esse lugar incrível. Nem que seja só para dar um volta no Central Park ou na Times Square. Ou fazer como eu e brincar um pouquinho de Sex and the City.

Resumindo, fui para lá cheia de expectativas e voltei ainda mais louca por Nova York.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

NY

Amanhã eu vou realizar o meu sonho: visitar a cidade de Nova York.
Isso significa que eu vou ficar ainda mais tempo sem postar; o que é uma pena, porque eu estava justamente terminando alguns textos...
Mas eu compenso o tempo perdido quando eu voltar!
Não vou demorar muito porque tenho que acordar às três da manhã amanhã!!
Então boa viagem apra mim! :)

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Irritada




Jéssica estava incomodada. Pra falar a verdade, estava irritada. Bem irritada. Culpa dele, pra variar.


- Hum, já está deitada? - era ele. Como se nunca tivesse feito nada que poderia desencadear tamanha irritação.


- Ué, estou, não está vendo não? - tentou se fazer de petulante, mas ele interpretou como uma implicância de brincadeira e riu.


Deitou-se ao lado dela e disse boa-noite enquanto desligava o abajur. Ela virou-se de lado na cama - de costas para ele - como resposta.


Ah, como ficou irritada quando sentiu o corpo dele vindo de encontro com o seu!


- Isso, de conchinha, que gostoso! - sussurrou ele em seu ouvido, feliz.
Tentou suave e discretamente afastar seu corpo o máximo possível - a discrição, para Jéssica, era de extrema importância; se ele não sabia qual era o problema, não era ela quem ia contar. Seu homem deveria ser capaz de entendê-la por completo. Entretanto, cada vez que ela conseguia descolar um pouquinho seus corpos, ele a puxava mais para perto e arruinava todo o seu trabalho.


Ela resolveu, então, mexer os ombros como se estivesse desconfortável. Ele, que ainda não tinha pegado no sono, virou e ficou de barriga para cima.


"Até que enfim" Jéssica pensou, com um sorriso meio triste, mas que acrescentava satisfação à sua mistura confusa de sentimentos irritados. Satisfação essa, que durou apenas uns segundos antes dele mais uma vez sussurrar no ouvido dela.


- Vem, deita aqui no meu peito.


Ele a puxou e Jéssica pousou a cabeça no peito dele, contrariada. Emburrada. Irritada.


Recusou-se a se aconchegar melhor nele. Não passou o braço por cima dele nem nada. Ficou lá, estática, a cabeça sobre o peito dele.


- Não é à toa que você está deconfortável - disse ele com uma voz sonolenta - vem cá!


Puxou o braço dela. Pra cima dele. Ele estava obrigando-a a se acomodar? Era isso? Ah, mas não ia fica assim, mesmo. Ela continuou com seu corpo rígido, duro. Não entrelaçou as pernas com as dele. Aliás, manteve suas pernas do outro lado da cama - o mais longe possível - o que olhando em retrospectiva, deixou seu corpo em uma posição meio estranha. Mas foi recompensada ao perceber um busca frustrada da parte dele.


Ouviu um ronco. Irritou-se ainda mais, se é que isso era possível. Então ele tinha desistido de tentar deixá-la confortável? Era isso? Esperou mais um pouco e desvencilhou-se dele. Passou a noite inteira semi-acordada, fugindo de seu toque.


Quando acordou pra valer, a irritação chegara a outro nível. Agora... Bom, agora ele notou. E ouviu. Muito.


- Mas meu amor, o que eu tinha feito pra te deixar tão irritada, em primeiro lugar?


- Viu?! Era justamente disso que eu estava falando! Eu não acredito que você nem sabe...


Ele interrompeu:



- Jéssica, você não lembra mais, não é?


Ela não precisou responder. O vermelho que surgiu em sua face disse a ele tudo o que ele precisava saber.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Mil



O nome do meu blog é 100 Dramas, mas hoje não é um dia para o número cem, é um dia para o número mil;
Mil visualizações do meu blog! Uau. Para um blog "sexo, drogas e rock'n roll" sem as drogas e o rock'n roll, não é nada mal, hein?
Eu sei que mil é um dos primeiros degraus de uma longa escada, se você quer um blog de sucesso. E claro, todo mundo quer de ter um blog de sucesso, mas eu quero mais é escrever. Prazer maior do que escrever, só saber que tem gente lendo, afinal de contas.
Demorou, mas chegou o dia do milésimo visitante. E eu agradeço a ele e a todos.
Só o que é difícil é privá-los dos trocadilhos com a palavra "mil". Eu amo trocadilhos - percebe-se, pelo nome do meu blog.
Então, mil beijos! Vou continuar tentando manter minha criatividade e produção a mil!


terça-feira, 3 de maio de 2011

Barba por fazer




Adoro homens com barba por fazer. Não consigo evitar; simplesmente adoro.

Não existe nada como o suave arranhar da barba na pele sensível da nuca, na barriga, nas coxas. Porque por mais macia que possa ser, a barba por fazer sempre arranha daquele jeito gostoso que provoca arrepios.

A barba por fazer transforma qualquer garoto em homem. É a diferença entre um príncipe e um guerreiro - mesmo que a gente não vá jogar fora da nossa cama um príncipe bem gato (obviamente) ainda falta toda aquela masculinidade de quem esteve muito ocupado com seus feitos heróicos para ter tempo de fazer a barba. Sabe, do tipo: "Sinto muito querida, tinha que matar um dragão e salvar uma princesa, não deu tempo de fazer a barba" - nesse momento você já está mais preocupada se a princesa era bonita do que se a barba está feita. Já um rei, por outro lado, tem uma barba cheia; mas isso já é outra história.

A combinação perfeita, pra mim, é barba por fazer e um maxilar quadrado. Acho que não dá pra ter mais testosterona do que isso. É aquele homem que você sabe que vai te pegar de jeito, morder seu pescoço e fazer o que quiser com você. E sempre com aquele arranhar excitante da barba, que é pra lembrá-la constantemente com que tipo de cara você está lidando. Seja safado, carinhoso ou apaixonado, é um cara que vive o aqui e o agora.

Existe quem faz "desenhos" com a barba. Cavanhaques, costeletas, bigodes... Desenhos são mais arriscados porque você precisa ter estilo e charme pra ficar bem. Afinal, perde a conotação "sou um homem e homens têm outras preocupações na vida do que aparência". Não só o cara teve a preocupação, mas teve a preocupação de pensar em fazer alguma coisa diferente. Pode ficar beem sexy... ou não.

Ainda prefiro a tradicional barba por fazer. Pra roçar na minha pele, fazer cócegas em meus dedos quando acaricio seu rosto ou simplesmente para deixar meu homem mais bonito.

Quanto a quem diz que é desleixado, eu discordo. Bruto, quem sabe. Selvagem, talvez. Sexy, sempre.

quarta-feira, 30 de março de 2011

Transição



Existem momentos da vida em que coisas tão ruins acontecem com você que é impossível acreditar; você acorda no meio da noite - de um sono que deveria ser como todos os outros - torcendo e se perguntando se tudo aquilo não foi apenas um pesadelo e você finalmente está acordando. E quando percebe que não foi só um sonho ruim, nada resta, só chorar.


No meio da noite, no escuro. Salgando o travesseiro com suas lágrimas. Até conseguir dormir de novo.


O bom da vida é que ela está sempre mudando. Existe quem acredite em destino e que tudo tem uma razão de ser. Eu acredito que tudo é experiência de vida. Se algo acabou, é porque teve um motivo, porque não ia dar certo se continuasse. Mesmo que continue, algum dia, o timing é importante. Pessoas também mudam.


Outra coisa boa sobre a vida é que é cheia de surpresas. Por exemplo, quem diria que algum dia eu estaria escrevendo um texto sentimental desse jeito? Justo eu, a senhorita emoções-rendem-bons-textos-cômicos. Mas acho que é porque escrevendo é que eu consigo dizer que acredito.


Acredito em amor tão forte que faça você perder o ar e as palavras e que mude inteiramente seu jeito de pensar e agir. Acredito que tudo vai ficar bem e que períodos de transição nos fazem mais fortes. Acredito que chorar e expressar o que estamos sentindo sempre ajuda.


Acredito que tudo valeu à pena, e que sempre - sempre - vou lembrar o quanto ele significou para mim. O primeiro homem que eu realmente amei.

segunda-feira, 28 de março de 2011

terça-feira, 22 de março de 2011

Mapa Mundi



Gente, eu sei que não é exatamente uma crônica, e não é um texto com tiradas inteligentes e piadinhas, nem nada disso, mas olhem só o que a revista Nova acabou de publicar no site.

É um mapa mundi que é dividido por tamanhos de pênis. Sim, exatamente. Você pode ver qual país tem a maior média... E quem sabe quais outras utilidades esse mapa pode ter! Particularmente, eu achei bem instrutivo.

terça-feira, 15 de março de 2011

No meu travesseiro


Acordei. Seu cheiro estava no meu travesseiro, mas você não estava ali.

Não deveria ser uma surpresa; não fui eu mesma quem o levou até a porta e lhe deu um beijo de despedida na noite anterior?

Entretanto, senti seu cheiro e senti sua falta.

Mas sorri.

Porque acordei pensando em você.

domingo, 13 de março de 2011

Speed Dating - Versão dele





Leonardo não tinha tempo para nada. Depois de terminar o namoro (pela terceira vez) com a mulher que ele dizia ser o amor de sua vida, ele entrou em uma fase na qual tudo o que importava era o trabalho. Acordava cedo todos os dias e ia dormir com os documentos da empresa. Seus amigos começaram a ficar preocupados. O chamavam para sair constantemente, para seguir em frente. "Afinal", diziam eles, "o único jeito de esquecer uma mulher é com outra".

Cada vez que recebia esses convites, Leonardo nem respondia, só apoiava a cabeça com as mãos e fechava os olhos. Caso insistissem, ele resmungava alguma coisa incompreensível e o assunto acabava.

Ele já tinha ouvido cada absurdo - boates de strip-tease, cruzeiros, viagens de carro pelo litoral parando em todos os bares que encontrassem pelo caminho - que quando um amigo sugeriu speed dating, ele pensou que fosse só mais uma das sugestões inviáveis e sem sentido. Mas seu amigo, Tiago, falava sério:

- Ué, sua desculpa não é que você não tem tempo pra sair? Speed dating é a solução perfeita. Encontros rápidos, onde você vê se alguém te interessa ou não.

Ao que Leonardo retrucou que ninguém mais o interessava. Só ela. E ele tinha estragado tudo. De novo.

Tiago suspeitava que nem mesmo o próprio Leonardo ia se agüentar por muito tempo se continuasse assim. Declarou então que como o amigo havia rejeitado todas as outras sugestões, ele iria inscrever os dois no próximo encontro de speed dating. E eles iriam, nem que tivesse de ir até a casa de Leonardo e arrastá-lo à força.

Leonardo resmungou uma resposta, que dessa vez Tiago escolheu interpretar como um "sim".

Chovia no dia em que os dois combinaram de juntar-se ao complicado mundo do speed dating. Chegaram juntos, de carro. Leonardo não tinha certeza se tinha entendido todas as regras, mas na verdade não se importava muito. Esperava que seus amigos o deixassem em paz por um tempo depois disso. Afinal, ele estava ali, não estava? Estava tentando, não estava?

Arrependeu-se no minuto em que entrou pela porta e viu uma mulher, de costas, indo para o banheiro, muito parecida com a sua ex-namorada.

- Essa vai ser uma longa noite - disse com um suspiro resignado.

O primeiro encontro de Leonardo foi um desastre. Não falou nada por conta própria, manteve uma cara de cachorrinho sem dono e respondeu todas as perguntas de sua acompanhante com monossílabos tristes e desinteressados. E ficou irritado quando o encontro acabou, porque era ele quem tinha que levantar e trocar de mesa.

Os encontros seguintes não foram muito melhores. Ele estava disposto a não sair do seu estado de depressão pós-relacionamento e acabou sendo o mais inconveniente possível. Se uma mulher dizia que sua viagem dos sonhos era para a praia, ele respondia que a dele era para as montanhas. Se a moça respondesse que na verdade também adorava ir para as montanhas, ele dizia que, no fundo, odiava viajar.

E continuou assim, encontro após encontro, ignorando totalmente o olhar de reprovação de Tiago. Ignorando tudo e todos, na verdade. Cachorros? Não, preferia gatos. Filhos? Não levava o menor jeito com crianças. Comida mexicana? Não gostava. Ah, espera, ela também não gostava? Na verdade ele se confundiu, adorava comida mexicana, era só o que comia.

Depois de um encontro rápido que ele achou particularmente tedioso, Leonardo se levantou e dirigiu-se para a próxima mesa. E viu que a mulher era ela. A mulher que ele amava, e cuja ausência o deixava nesse estado de amargura. Ela não o viu, pois estava conversando com a amiga da mesa ao lado.

Pensou em ir embora de fininho, mas em vez disso, sentou-se na frente dela, sentindo um novo estado de excitação. Não sabia se aquela era a melhor idéia - a coisa mais prudente - mas iria se arrepender se não o fizesse.

Surpreendeu-se quando ela, sem nem mesmo olhar para ele, disse automaticamente a maior mentira que ele já ouvira:

- Oi, sou Sofia, sou astrônoma e tenho quatro filhos.

A surpresa transformou-se em divertimento, pois ele sabia que nenhuma das coisas que ela acabara de dizer era verdade.

- Sério? - respondeu ele com um grande sorriso e uma sobrancelha erguida - Você não me falou nada disso quando a gente saía. Vai ver foi por isso que não deu certo.

Ela olhou para ele em choque. Que não durou mais do que um instante, pois ela recuperou a compostura bem rápido. Logo disse:

- Ah, foi isso que aconteceu com você depois que a gente terminou? Teve que se rebaixar a speed datings?

Ele riu. Nossa, como sentia falta dela.

- Bom, sinto muito tirar você do seu mundinho, mas caso você não tenha reparado, nós dois estamos aqui.

Ela não respondeu, só o encarou, desafiadoramente.

Ele a encarou de volta, por alguns segundos, e disse:

- É isso que você quer? Ficar quatro minutos em silêncio?

- O que eu tenho pra falar para você vai demorar muito mais do que quatro minutos.

Então eles se levantaram, em um silêncio consensual, e Leonardo não poderia estar mais feliz. Tudo foi quase como se fosse coreografado. E foram em direção à porta do bar, em direção à noite chuvosa lá fora. Porque quase todas as grandes histórias de amor acontecem na chuva. E porque, afinal, um encontro com a pessoa certa, nunca será apenas um encontro rápido.


sexta-feira, 11 de março de 2011

Speed Dating - Versão dela




Speed dating. Ou encontros rápidos. Lara gostava ainda menos do nome em português do que da própria definição. Já que, para ela, significava homens e mulheres desesperados, presos no mesmo lugar, fingindo que ali poderiam conhecer sua alma gêmea. Como havia repetido sem parar para sua amiga Cíntia, era como se essas pessoas tivessem se contentado em serem as sobras do mundo dos relacionamentos.

- Bobagem! - retrucava Cíntia, toda vez - Pense nisso como um jeito de se divertir! Você não precisa sair com ninguém depois! Garanto que vai render boas gargalhadas.

Lara ajeitava os óculos e fazia cara de irritada. Não acreditava que ser rejeitada por homens que não passariam nem 5 minutos com ela renderia boas gargalhadas. Por fim concordou, mas não sem antes se fazer de ofendida pela sugestão da amiga de usar lentes de contato em vez dos "óculos fundo de garrafa".

Chovia no dia em que as duas combinaram de juntar-se ao complicado mundo do speed dating. Quando Cíntia chegou, Lara já a esperava, na frente do bar, embaixo de um chamativo guarda-chuva amarelo, tentando revisar todas as regras dos mini-encontros na sua cabeça.

- Por que você já não entrou e saiu dessa chuva?

- Sozinha?! Você tem que estar brincando.

Entraram. Mas foram direto para o banheiro, antes de falar com qualquer um. "Retoques", explicara Cíntia, roubando aquele pente faltando um dente da bolsa da amiga - aquele que em vez de se jogar fora vai parar na bolsa, justamente para emergências assim.

O primeiro encontro de Lara fora um desastre. Sua primeira frase para o seu acompanhante tinha sido: "Eu não acredito em speed dating. Estou aqui só porque minha amiga não queria vir sozinha".

Os encontros seguintes não foram muito não foram muito melhores, mas pelo menos ela estava se divertindo. Para cada homem que vinha ela inventava um nome, um emprego e um sonho de vida.

- Você não vai dizer para nenhum deles que é arquiteta? Ou que acabou de sair de um relacionamento? Você realmente precisa inventar tudo? - ralhara Cíntia da mesa do lado. Tinha decidido intervir, depois de observar de canto de olho a amiga tirando uma foto de férias da carteira, na qual ela estava de snorkel, e afirmar ser instrutora de mergulho.

Lara havia respondido que talvez Cíntia devesse se preocupar mais com seus próprios encontros do que com os dos outros.

- Mas assim você pode deixar sua alma gêmea escapar! - ela ainda pôde replicar antes que os próximos homens se sentassem à mesa.

Lara revirara os olhos, com uma pitada de drama. E sem nem olhar para o seu novo acompanhante, falara automaticamente:

- Oi, sou Sofia, sou astrônoma e tenho quatro filhos.

- Sério? - Respondera o homem, com um sorriso e uma sobrancelha erguida - Você não me falou nada disso quando a gente saia. Vai ver foi por isso que não deu certo.

Fora a vez de Lara de ficar surpresa. Era ele quem estava ali. O homem que partira seu coração. Ela preferiria morrer a admitir que ainda possuía uma foto dele, bem guardada dentro de um dos seus livros mais especiais - um livro incomum, para dizer o mínimo - um livro com formato redondo, que ele mesmo tinha dado a ela de presente. Claro que apesar de todas as lembranças e sentimentos, ela recuperara a compostura bem rápido.

- Ah, então é isso que aconteceu com você depois que a gente terminou? Teve que se rebaixar a speed datings?

Ele rira.

- Bom, sinto muito tirar você do seu mundinho, mas caso você não tenha reparado, nós dois estamos aqui.

Ela não havia respondido, só o encarado desafiadoramente.

Ele a encarara de volta, por alguns segundos e disse:

- É isso que você quer? Ficar quatro minutos em silêncio?

- O que eu tenho pra falar para você vai demorar muito mais do que quatro minutos.

Então eles se levantaram. Quase como se fosse coreografado. E foram em direção à porta do bar, em direção à noite chuvosa lá fora. Porque quase todas as grandes hisórias de amor acontecem na chuva. E porque, afinal, um encontro com a pessoa certa nunca será apenas um encontro rápido.


***

Esse texto na verdade veio de um exercício, em que recebíamos 5 objetos que deveriam aparecer na narrativa. Os meus foram:

- Óculos fundo de garrafa

- Guarda-chuva amarelo

- Pente falatando um dente

- Máscara de mergulho (que eu troquei por snorkel, mas tudo bem)

- Livro redondo


quarta-feira, 9 de março de 2011

Mais uma curiosidade sobre macacos


No post "Schutz e a Sensualidade do Salto Alto", eu tentei explicar o porquê dos saltos serem tão sexy, e parte da explicação podia ser ilustrada pelo comportamento dos chimpanzés - duas pessoas já vieram comentar comigo sobre como isso era estranho e meio inesperado.

Bom, agora mais uma curiosidade sobre macacos que me surpreendeu. Eu vi isso faz algum tempo em um documentário que eu acho que se chamava "Por que os homens gostam tanto de pornografia?". Acho que passou no VH1, mas eu também não lembro muito bem.

Enfim, é o seguinte: fizeram um experimento com macacos em que mostravam para eles duas imagens - uma do lado da outra - e os macacos apertavam um botão que correspondia à imagem que preferiam para vê-la maior. Tinha um botão que, caso eles apertassem, ganhavam suco de maçã (o que aparentemente macacos gostam) e então era o que eles sempre apertavam. Ou melhor, quase sempre; quando a outra imagem era da bunda de uma macaca, eles preferiam ver essa em tamanho maior do que ganhar o suco de maçã.

Podemos concluir que, aparentemente, macacos gostam tanto de pornografia quanto humanos. Mas, afinal, quem pode culpá-los?

sexta-feira, 4 de março de 2011

Definindo Relacionamentos


Ela achou cruel. Aquele site a obrigava a preencher um campo chamado "relacionamento". Era impossível passar para a próxima página e encerrar o cadastro se aquele campo não revelasse, afinal, qual era a dela. E a pior parte era que ela não tinha que selecionar o que mais se adequava com a sua situação, dentre várias opções já fornecidas pelo site. Tinha que escrever ela mesma. "Se isso fosse uma prova", pensou irritada, "não seria de múltipla escolha".

Mas, afinal, qual era a dela?

- Sou Carolina, 26 anos, e sou... - falou baixinho, na esperança que viesse a resposta automaticamente.
Carolina tinha sido casada. Conhecera esse cara uma noite e fora amor à primeira vista. Pelo menos para ela. Para ele tinha sido mais "desejo à primeira vista" - e dada a incapacidade de alguns homens de diferenciarem desejo de amor, acabaram namorando. Um namoro relâmpago que resultou em um casamento ainda mais rápido; de apenas cinco meses.

Então ela deveria escrever "divorciada"?

Não achava justo que por culpa de um pequeno erro de julgamento devesse ter o rótulo de divorciada para a vida toda. Tinha amado e seguido um impulso, seguido seu coração. E de acordo com ela, "divorciada" iria sempre dar a impressão de que ela não conseguia manter um casamento. Não, não escreveria "divorciada".
Deveria escrever "solteira", então?

Lembrou-se de Marcelo. Era um cara com quem ela tinha saído quatro vezes e parecia promissor. Não chegava a ser um namoro, então "namorando" estava fora da mesa. Mas também não achava justo ter de escrever "solteira" se estava saindo com alguém. Não era como se ela tivesse se resignado a ficar sozinha, estava tentando! Devia receber crédito por isso! E gostava de Marcelo. Gostava de como ele a chamava de Carol, de como ele colocava o cabelo dela atrás da orelha e de como a beijava com intensidade.

Deveria então escrever "saindo com alguém promissor" ou "perto de um relacionamento sério"?

Claro, antes de decidir começar um relacionamento sério com Marcelo, deveria dar um jeito em Paulo. Paulo... Paulo era um problema; era lindo, sexy, divertido e seu melhor amigo de anos. Também era o cara com quem ela começou uma amizade colorida assim que seu casamento terminou. Mas, em sua defesa, tinha sido difícil resistir - ele a tinha consolado em relação ao divórcio dizendo que ela era linda, inteligente e o sonho de todos os homens. Agora acabavam na cama sempre que se encontravam.

Escreveria o quê, então? "Saindo por aí"? Não, isso ficava horrível. "Saindo com dois homens ao mesmo tempo"? Ainda pior. "Divorciada, mas saindo com alguém promissor e indo para a cama com o melhor amigo sempre que possível"? Pronto, agora ela estava delirando.

Resolveu dar um tempo na sua indecisão. Olhou para baixo pela janela do prédio e teve a agradável surpresa de ver seu vizinho entrando pela porta. Ou como era mais conhecido: o-vizinho-gato-do-andar-de-baixo. Suspirou; aqueles olhos verdes eram o sonho de toda mulher. Não sabia seu nome. Aliás, nunca tinham se falado, só trocado sorrisos safados no elevador. Suspirou novamente, dessa vez de pena de si mesma. O que iria escrever naquele site? "Divorciada, mas saindo com alguém promissor, indo para a cama com o melhor amigo sempre que possível e paquerando o vizinho de baixo com esperança de que alguma coisa aconteça"?

Não, o vizinho nem devia virar parte do problema. O que era uma paquerinha inocente uma vez ou outra? Daria cem reais pra quem trouxesse uma mulher que nunca paquerou um vizinho bonito. Recusava-se a acreditar que era a única mulher que não prestava no mundo. O vizinho definitivamente não seria levado em consideração.

Provavelmente Bernardo também não deveria ser levado em consideração. Bernardo era o primeiro amor de Carolina e era responsável por ter partido seu coração. Não só ele tinha terminado com ela, mas também se mudado da cidade. Eles nunca foram capazes de perder totalmente o contato, então mandavam emails um para o outro. Às vezes, ele escrevia que sentia falta dela ou então dizia que estava com ciúme dos homens com quem ela saía, o que fazia o corção de Carol bater mais rápido. Na maioria das vezes, relembravam os velhos tempos; mas não era surpresa a conversa tornar-se um pouquinho mais picante.

"Divorciada, mas saindo com alguém promissor, indo para a cama com o melhor amigo sempre que possível, paquerando o vizinho do andar de baixo na esperança que alguma coisa aconteça e fazendo sexo virtual com o homem que partiu seu coração ( e que não é seu ex-marido)". Humm. Não. Ela tinha decidido tirar o vizinho. E talvez Bernardo também não devesse ser levado em conta.

Irritou-se. Esse site não tinha o direito de fazer isso com as pessoas! Ela era apenas humana, pelo amor de Deus! Encarou o espaço em branco, desafiando-o a julgá-la pela sua vida amorosa. O espaço, porém, continuou em branco, esperando ser preenchido.

Carolina estava cansada. Levantou-se e foi tomar um copo d'água. Voltou mais calma, sentou-se na frente do computador e escreveu:

"Esse espaço é pequeno demais para a minha complexa vida amorosa".

Concluiu o cadastro. O que iam pensar dela quando lessem aquilo? Provavelmente não seria pior do que o que pensariam se ela tivesse escrito a verdade, foi a conclusão de Carolina. Também pensou que chegara a um ponto em que nada que fizesse poderia piorar sua situação amorosa.

Percebendo que tinha alguma coisa muito errada com seus relacionamentos, resolveu fazer algo a respeito. Desligou o computador e, como quem não quer nada, foi até o andar de baixo - só pra ver se o vizinho poderia emprestar uma xícara de açúcar.

quinta-feira, 3 de março de 2011

Schutz e a Sensualidade do Salto Alto

Como todas as mulheres, eu sou louca por sapatos. No meu caso, sou um pouco mais específica; sou louca por sapatos da Schutz. Sapatos de salto alto da Schutz. Você diz o par, eu tenho.

Marilyn Monroe certa vez disse: "Não sei quem inventou o salto alto, mas todas as mulheres devem muito a ele".

Por que afinal, os sapatos de salto alto são tão sensuais? A autora Jena Pincott explica: "Anatomicamente falando, ao usar salto, você está fazendo o que chimpanzés fazem quando estão no cio: ficam na ponta dos pés, arqueiam as costas e empinam o bumbum. O movimento dos seus membro inferiores fica mais sensual. É difícil para os outros não notar o rebolado de seus quadris, a projeção de seus seios, a inclinação de sua pélvis, a exibição do seu material" (Livro "Os homens preferem mesmo as loiras?" da editora Academia de Inteligência).

Então, como uma fã do salto alto e uma fã ainda maior da Schutz, resolvi colocar aqui alguns dos sapatos da coleção nova (Schutz Winter 2011), que eu estou morrendo de vontade de comprar!









quarta-feira, 2 de março de 2011

Aquela pessoa





Às vezes, você simplesmente sabe. Não existem razões lógicas e racionais para explicar o efeito que aquela pessoa exerce em você. Você simplesmente sente e sabe. Não estou falando de amor; talvez vocês dois não tenham trocado mais do que algumas palavras. Eu não acredito em amor à primeira vista, só em paixão à primeira vista. E esta pode ser tão forte que acaba se transformando em amor. Afinal, como não amar aquela pessoa - aquela pessoa - que faz você perder o fôlego só de vê-la entrando na sala? O seu coração pára. Você não consegue parar de encarar, não conseguiria parar nem que o mundo estivesse desabando a sua volta.

Agora imagine se essa pessoa cruza um salão em sua direção. Você fica inquieto, sua respiração torna-se mais pesada. Um sussurro ao pé do ouvido com palavras bem escolhidas é o suficiente para aguçar ainda mais os seus sentidos e jogar o seu bom senso pela janela. Ir para a pista de dança torna-se óbvio e natural. E então tudo passa a ser uma conversa silenciosa; essa, afinal, é a magia da dança.

Mas se você encontra aquela pessoa, só um romance não basta; você quer um romance de cinema - uma comédia romântica, por que não? Beijos roubados, situações inusitadas, risadas. A expectativa de que os protagonistas devem ficar juntos e que apesar de qualquer problema que possa aparecer, são perfeitos um para o outro.

Você quer agir de modo impulsivo, fazer o que quiser sem pensar nas conseqüências. E morrer de vergonha depois. Quer analisar cada gesto, cada palavra. Interpretar sinais que nem existem. Quer rir, nem que seja de você mesmo.

E a sua primeira dança com aquela pessoa é como um indireto jogo de sedução - ansiedade, desejo, gula. Tudo em um movimento dos seus quadris.

Porém, o mais importante, é que durante todo o tempo, você vai olhar para essa pessoa de um jeito diferente. Não existe nada como a intensidade do olhar de alguém que sente esse amor, essa paixão. É doce, mas repleto de fogo. É como o olhar de alguém que acabou de descobrir um tesouro escondido. Afinal, nunca se sabe quando seus sentimentos vão chamá-lo para dançar.


segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Chega





"Chega!"

Exclamava. Convencia a si mesma que dava muito trabalho, que não valia à pena. Chega; estava exausta.

E merecia aquilo? Merecia?! Soava quase como uma ameaça para os próprios ouvidos. Claro que não - era ela mesma quem respondia. Esse irritadiço monólogo de pensamentos sempre vinha na hora do banho. E não parava.

Enquanto ela se secava, concluia que se estava assim agora, por que algum dia iria mudar?

Enquanto se vestia, lembrava que nunca, nunca, conseguia deixar tudo claro e simples, sem meias palavras. Deus do céu! Será possível? Quanto trabalho!

Enquanto passava o batom cor de boca em seus lábios, pensava em todas as coisas que não podia falar com medo de dar tudo errado. Ah, mas agora ele ia ver. Ah, se ia.

Enquanto passava perfume e admirava-se no espelho, enumerava todas as vezes que ela já havia se sacrificado por aquela relação. Tinha sido uma, duas? Nããão! Milhares!

Enquato calçava os sapatos, revivia todas as conversas que não chegaram a lugar nenhum. E era culpa dela? Obviamente que não!

Enquanto ia atender a campainha, seu cérebro era um caos; era como se quisesse lembrar-se de todos os seus argumentos no pequeno percurso do quarto até a porta da frente.

Então, ela abria a porta - decidida, segura de si, dona da verdade. Via o sorriso dele e pronto.

"O que é que eu queria te dizer mesmo?"

Mulheres.


sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

No consultório


Entrei no táxi e meia hora depois estava no consultório. Não que a viagem até lá tenha sido fácil. Tive que usar todo o meu jogo de cintura para marcar aquela consulta de última hora - ou seja, falando claramente que se não me arrumassem um horário, eu simplesmente apareceria lá e faria um escândalo. A secretária pareceu surpreendentemente calma com a minha ameaça, mas depois cedeu.
Quando cheguei, fui em direção à porta do consultório, mas não sem lançar um olhar para secretária, digno de nossa conversinha pelo telefone. Ao abrir a porta, imediatamente sentei-me no divã.
- Ele não ligou.
Esperei uma resposta. Será que ele não tinha entendido? Resolvi acrescentar mais drama:
- Faz três dias - e nem em um minuto dessas 72 horas eu pensei em outra coisa. Mas isso eu não disse. Não queria parecer obcecada ou algo assim.
- Por que você não ligou?
Fiquei um pouco irritada. Eu teria que explicar tudo?
- Não são as mulheres que fazem isso.
- E como você se sente, por ele não ter ligado?
Eu não considerei essa pergunta digna de uma resposta, então resolvi mudar de assunto.
- Eu não entendo. Se você fosse ele, você ligaria?
Ele não respondeu de imediato, pareceu surpreso. Mas, afinal, era uma pergunta simples, então mantive meus olhos cravados nele. E continuei esperando.
- Ligaria? - Reforcei, e aproveitei o silêncio para dar uma sacudida no meu cabelo, sabe, dar uma ajeitada, já que ele esteve preso durante toda a viagem de táxi. Claro que meus olhos não saíram dos dele nem por um segundo.
- Você gostaria que eu ligasse? - Ele respondeu meio sem jeito. Mas ele nunca tivera muito jeito mesmo. Só demorou um instante para ele perceber o que disse e ficar ainda mais desnorteado.
Eu sorri, agradeci e me levantei. Por isso que eu tinha dois analistas. Afinal, esse aqui, mesmo sem saber de nada, acabava me ajudando, de um jeito ou de outro.