quarta-feira, 30 de março de 2011

Transição



Existem momentos da vida em que coisas tão ruins acontecem com você que é impossível acreditar; você acorda no meio da noite - de um sono que deveria ser como todos os outros - torcendo e se perguntando se tudo aquilo não foi apenas um pesadelo e você finalmente está acordando. E quando percebe que não foi só um sonho ruim, nada resta, só chorar.


No meio da noite, no escuro. Salgando o travesseiro com suas lágrimas. Até conseguir dormir de novo.


O bom da vida é que ela está sempre mudando. Existe quem acredite em destino e que tudo tem uma razão de ser. Eu acredito que tudo é experiência de vida. Se algo acabou, é porque teve um motivo, porque não ia dar certo se continuasse. Mesmo que continue, algum dia, o timing é importante. Pessoas também mudam.


Outra coisa boa sobre a vida é que é cheia de surpresas. Por exemplo, quem diria que algum dia eu estaria escrevendo um texto sentimental desse jeito? Justo eu, a senhorita emoções-rendem-bons-textos-cômicos. Mas acho que é porque escrevendo é que eu consigo dizer que acredito.


Acredito em amor tão forte que faça você perder o ar e as palavras e que mude inteiramente seu jeito de pensar e agir. Acredito que tudo vai ficar bem e que períodos de transição nos fazem mais fortes. Acredito que chorar e expressar o que estamos sentindo sempre ajuda.


Acredito que tudo valeu à pena, e que sempre - sempre - vou lembrar o quanto ele significou para mim. O primeiro homem que eu realmente amei.

segunda-feira, 28 de março de 2011

terça-feira, 22 de março de 2011

Mapa Mundi



Gente, eu sei que não é exatamente uma crônica, e não é um texto com tiradas inteligentes e piadinhas, nem nada disso, mas olhem só o que a revista Nova acabou de publicar no site.

É um mapa mundi que é dividido por tamanhos de pênis. Sim, exatamente. Você pode ver qual país tem a maior média... E quem sabe quais outras utilidades esse mapa pode ter! Particularmente, eu achei bem instrutivo.

terça-feira, 15 de março de 2011

No meu travesseiro


Acordei. Seu cheiro estava no meu travesseiro, mas você não estava ali.

Não deveria ser uma surpresa; não fui eu mesma quem o levou até a porta e lhe deu um beijo de despedida na noite anterior?

Entretanto, senti seu cheiro e senti sua falta.

Mas sorri.

Porque acordei pensando em você.

domingo, 13 de março de 2011

Speed Dating - Versão dele





Leonardo não tinha tempo para nada. Depois de terminar o namoro (pela terceira vez) com a mulher que ele dizia ser o amor de sua vida, ele entrou em uma fase na qual tudo o que importava era o trabalho. Acordava cedo todos os dias e ia dormir com os documentos da empresa. Seus amigos começaram a ficar preocupados. O chamavam para sair constantemente, para seguir em frente. "Afinal", diziam eles, "o único jeito de esquecer uma mulher é com outra".

Cada vez que recebia esses convites, Leonardo nem respondia, só apoiava a cabeça com as mãos e fechava os olhos. Caso insistissem, ele resmungava alguma coisa incompreensível e o assunto acabava.

Ele já tinha ouvido cada absurdo - boates de strip-tease, cruzeiros, viagens de carro pelo litoral parando em todos os bares que encontrassem pelo caminho - que quando um amigo sugeriu speed dating, ele pensou que fosse só mais uma das sugestões inviáveis e sem sentido. Mas seu amigo, Tiago, falava sério:

- Ué, sua desculpa não é que você não tem tempo pra sair? Speed dating é a solução perfeita. Encontros rápidos, onde você vê se alguém te interessa ou não.

Ao que Leonardo retrucou que ninguém mais o interessava. Só ela. E ele tinha estragado tudo. De novo.

Tiago suspeitava que nem mesmo o próprio Leonardo ia se agüentar por muito tempo se continuasse assim. Declarou então que como o amigo havia rejeitado todas as outras sugestões, ele iria inscrever os dois no próximo encontro de speed dating. E eles iriam, nem que tivesse de ir até a casa de Leonardo e arrastá-lo à força.

Leonardo resmungou uma resposta, que dessa vez Tiago escolheu interpretar como um "sim".

Chovia no dia em que os dois combinaram de juntar-se ao complicado mundo do speed dating. Chegaram juntos, de carro. Leonardo não tinha certeza se tinha entendido todas as regras, mas na verdade não se importava muito. Esperava que seus amigos o deixassem em paz por um tempo depois disso. Afinal, ele estava ali, não estava? Estava tentando, não estava?

Arrependeu-se no minuto em que entrou pela porta e viu uma mulher, de costas, indo para o banheiro, muito parecida com a sua ex-namorada.

- Essa vai ser uma longa noite - disse com um suspiro resignado.

O primeiro encontro de Leonardo foi um desastre. Não falou nada por conta própria, manteve uma cara de cachorrinho sem dono e respondeu todas as perguntas de sua acompanhante com monossílabos tristes e desinteressados. E ficou irritado quando o encontro acabou, porque era ele quem tinha que levantar e trocar de mesa.

Os encontros seguintes não foram muito melhores. Ele estava disposto a não sair do seu estado de depressão pós-relacionamento e acabou sendo o mais inconveniente possível. Se uma mulher dizia que sua viagem dos sonhos era para a praia, ele respondia que a dele era para as montanhas. Se a moça respondesse que na verdade também adorava ir para as montanhas, ele dizia que, no fundo, odiava viajar.

E continuou assim, encontro após encontro, ignorando totalmente o olhar de reprovação de Tiago. Ignorando tudo e todos, na verdade. Cachorros? Não, preferia gatos. Filhos? Não levava o menor jeito com crianças. Comida mexicana? Não gostava. Ah, espera, ela também não gostava? Na verdade ele se confundiu, adorava comida mexicana, era só o que comia.

Depois de um encontro rápido que ele achou particularmente tedioso, Leonardo se levantou e dirigiu-se para a próxima mesa. E viu que a mulher era ela. A mulher que ele amava, e cuja ausência o deixava nesse estado de amargura. Ela não o viu, pois estava conversando com a amiga da mesa ao lado.

Pensou em ir embora de fininho, mas em vez disso, sentou-se na frente dela, sentindo um novo estado de excitação. Não sabia se aquela era a melhor idéia - a coisa mais prudente - mas iria se arrepender se não o fizesse.

Surpreendeu-se quando ela, sem nem mesmo olhar para ele, disse automaticamente a maior mentira que ele já ouvira:

- Oi, sou Sofia, sou astrônoma e tenho quatro filhos.

A surpresa transformou-se em divertimento, pois ele sabia que nenhuma das coisas que ela acabara de dizer era verdade.

- Sério? - respondeu ele com um grande sorriso e uma sobrancelha erguida - Você não me falou nada disso quando a gente saía. Vai ver foi por isso que não deu certo.

Ela olhou para ele em choque. Que não durou mais do que um instante, pois ela recuperou a compostura bem rápido. Logo disse:

- Ah, foi isso que aconteceu com você depois que a gente terminou? Teve que se rebaixar a speed datings?

Ele riu. Nossa, como sentia falta dela.

- Bom, sinto muito tirar você do seu mundinho, mas caso você não tenha reparado, nós dois estamos aqui.

Ela não respondeu, só o encarou, desafiadoramente.

Ele a encarou de volta, por alguns segundos, e disse:

- É isso que você quer? Ficar quatro minutos em silêncio?

- O que eu tenho pra falar para você vai demorar muito mais do que quatro minutos.

Então eles se levantaram, em um silêncio consensual, e Leonardo não poderia estar mais feliz. Tudo foi quase como se fosse coreografado. E foram em direção à porta do bar, em direção à noite chuvosa lá fora. Porque quase todas as grandes histórias de amor acontecem na chuva. E porque, afinal, um encontro com a pessoa certa, nunca será apenas um encontro rápido.


sexta-feira, 11 de março de 2011

Speed Dating - Versão dela




Speed dating. Ou encontros rápidos. Lara gostava ainda menos do nome em português do que da própria definição. Já que, para ela, significava homens e mulheres desesperados, presos no mesmo lugar, fingindo que ali poderiam conhecer sua alma gêmea. Como havia repetido sem parar para sua amiga Cíntia, era como se essas pessoas tivessem se contentado em serem as sobras do mundo dos relacionamentos.

- Bobagem! - retrucava Cíntia, toda vez - Pense nisso como um jeito de se divertir! Você não precisa sair com ninguém depois! Garanto que vai render boas gargalhadas.

Lara ajeitava os óculos e fazia cara de irritada. Não acreditava que ser rejeitada por homens que não passariam nem 5 minutos com ela renderia boas gargalhadas. Por fim concordou, mas não sem antes se fazer de ofendida pela sugestão da amiga de usar lentes de contato em vez dos "óculos fundo de garrafa".

Chovia no dia em que as duas combinaram de juntar-se ao complicado mundo do speed dating. Quando Cíntia chegou, Lara já a esperava, na frente do bar, embaixo de um chamativo guarda-chuva amarelo, tentando revisar todas as regras dos mini-encontros na sua cabeça.

- Por que você já não entrou e saiu dessa chuva?

- Sozinha?! Você tem que estar brincando.

Entraram. Mas foram direto para o banheiro, antes de falar com qualquer um. "Retoques", explicara Cíntia, roubando aquele pente faltando um dente da bolsa da amiga - aquele que em vez de se jogar fora vai parar na bolsa, justamente para emergências assim.

O primeiro encontro de Lara fora um desastre. Sua primeira frase para o seu acompanhante tinha sido: "Eu não acredito em speed dating. Estou aqui só porque minha amiga não queria vir sozinha".

Os encontros seguintes não foram muito não foram muito melhores, mas pelo menos ela estava se divertindo. Para cada homem que vinha ela inventava um nome, um emprego e um sonho de vida.

- Você não vai dizer para nenhum deles que é arquiteta? Ou que acabou de sair de um relacionamento? Você realmente precisa inventar tudo? - ralhara Cíntia da mesa do lado. Tinha decidido intervir, depois de observar de canto de olho a amiga tirando uma foto de férias da carteira, na qual ela estava de snorkel, e afirmar ser instrutora de mergulho.

Lara havia respondido que talvez Cíntia devesse se preocupar mais com seus próprios encontros do que com os dos outros.

- Mas assim você pode deixar sua alma gêmea escapar! - ela ainda pôde replicar antes que os próximos homens se sentassem à mesa.

Lara revirara os olhos, com uma pitada de drama. E sem nem olhar para o seu novo acompanhante, falara automaticamente:

- Oi, sou Sofia, sou astrônoma e tenho quatro filhos.

- Sério? - Respondera o homem, com um sorriso e uma sobrancelha erguida - Você não me falou nada disso quando a gente saia. Vai ver foi por isso que não deu certo.

Fora a vez de Lara de ficar surpresa. Era ele quem estava ali. O homem que partira seu coração. Ela preferiria morrer a admitir que ainda possuía uma foto dele, bem guardada dentro de um dos seus livros mais especiais - um livro incomum, para dizer o mínimo - um livro com formato redondo, que ele mesmo tinha dado a ela de presente. Claro que apesar de todas as lembranças e sentimentos, ela recuperara a compostura bem rápido.

- Ah, então é isso que aconteceu com você depois que a gente terminou? Teve que se rebaixar a speed datings?

Ele rira.

- Bom, sinto muito tirar você do seu mundinho, mas caso você não tenha reparado, nós dois estamos aqui.

Ela não havia respondido, só o encarado desafiadoramente.

Ele a encarara de volta, por alguns segundos e disse:

- É isso que você quer? Ficar quatro minutos em silêncio?

- O que eu tenho pra falar para você vai demorar muito mais do que quatro minutos.

Então eles se levantaram. Quase como se fosse coreografado. E foram em direção à porta do bar, em direção à noite chuvosa lá fora. Porque quase todas as grandes hisórias de amor acontecem na chuva. E porque, afinal, um encontro com a pessoa certa nunca será apenas um encontro rápido.


***

Esse texto na verdade veio de um exercício, em que recebíamos 5 objetos que deveriam aparecer na narrativa. Os meus foram:

- Óculos fundo de garrafa

- Guarda-chuva amarelo

- Pente falatando um dente

- Máscara de mergulho (que eu troquei por snorkel, mas tudo bem)

- Livro redondo


quarta-feira, 9 de março de 2011

Mais uma curiosidade sobre macacos


No post "Schutz e a Sensualidade do Salto Alto", eu tentei explicar o porquê dos saltos serem tão sexy, e parte da explicação podia ser ilustrada pelo comportamento dos chimpanzés - duas pessoas já vieram comentar comigo sobre como isso era estranho e meio inesperado.

Bom, agora mais uma curiosidade sobre macacos que me surpreendeu. Eu vi isso faz algum tempo em um documentário que eu acho que se chamava "Por que os homens gostam tanto de pornografia?". Acho que passou no VH1, mas eu também não lembro muito bem.

Enfim, é o seguinte: fizeram um experimento com macacos em que mostravam para eles duas imagens - uma do lado da outra - e os macacos apertavam um botão que correspondia à imagem que preferiam para vê-la maior. Tinha um botão que, caso eles apertassem, ganhavam suco de maçã (o que aparentemente macacos gostam) e então era o que eles sempre apertavam. Ou melhor, quase sempre; quando a outra imagem era da bunda de uma macaca, eles preferiam ver essa em tamanho maior do que ganhar o suco de maçã.

Podemos concluir que, aparentemente, macacos gostam tanto de pornografia quanto humanos. Mas, afinal, quem pode culpá-los?

sexta-feira, 4 de março de 2011

Definindo Relacionamentos


Ela achou cruel. Aquele site a obrigava a preencher um campo chamado "relacionamento". Era impossível passar para a próxima página e encerrar o cadastro se aquele campo não revelasse, afinal, qual era a dela. E a pior parte era que ela não tinha que selecionar o que mais se adequava com a sua situação, dentre várias opções já fornecidas pelo site. Tinha que escrever ela mesma. "Se isso fosse uma prova", pensou irritada, "não seria de múltipla escolha".

Mas, afinal, qual era a dela?

- Sou Carolina, 26 anos, e sou... - falou baixinho, na esperança que viesse a resposta automaticamente.
Carolina tinha sido casada. Conhecera esse cara uma noite e fora amor à primeira vista. Pelo menos para ela. Para ele tinha sido mais "desejo à primeira vista" - e dada a incapacidade de alguns homens de diferenciarem desejo de amor, acabaram namorando. Um namoro relâmpago que resultou em um casamento ainda mais rápido; de apenas cinco meses.

Então ela deveria escrever "divorciada"?

Não achava justo que por culpa de um pequeno erro de julgamento devesse ter o rótulo de divorciada para a vida toda. Tinha amado e seguido um impulso, seguido seu coração. E de acordo com ela, "divorciada" iria sempre dar a impressão de que ela não conseguia manter um casamento. Não, não escreveria "divorciada".
Deveria escrever "solteira", então?

Lembrou-se de Marcelo. Era um cara com quem ela tinha saído quatro vezes e parecia promissor. Não chegava a ser um namoro, então "namorando" estava fora da mesa. Mas também não achava justo ter de escrever "solteira" se estava saindo com alguém. Não era como se ela tivesse se resignado a ficar sozinha, estava tentando! Devia receber crédito por isso! E gostava de Marcelo. Gostava de como ele a chamava de Carol, de como ele colocava o cabelo dela atrás da orelha e de como a beijava com intensidade.

Deveria então escrever "saindo com alguém promissor" ou "perto de um relacionamento sério"?

Claro, antes de decidir começar um relacionamento sério com Marcelo, deveria dar um jeito em Paulo. Paulo... Paulo era um problema; era lindo, sexy, divertido e seu melhor amigo de anos. Também era o cara com quem ela começou uma amizade colorida assim que seu casamento terminou. Mas, em sua defesa, tinha sido difícil resistir - ele a tinha consolado em relação ao divórcio dizendo que ela era linda, inteligente e o sonho de todos os homens. Agora acabavam na cama sempre que se encontravam.

Escreveria o quê, então? "Saindo por aí"? Não, isso ficava horrível. "Saindo com dois homens ao mesmo tempo"? Ainda pior. "Divorciada, mas saindo com alguém promissor e indo para a cama com o melhor amigo sempre que possível"? Pronto, agora ela estava delirando.

Resolveu dar um tempo na sua indecisão. Olhou para baixo pela janela do prédio e teve a agradável surpresa de ver seu vizinho entrando pela porta. Ou como era mais conhecido: o-vizinho-gato-do-andar-de-baixo. Suspirou; aqueles olhos verdes eram o sonho de toda mulher. Não sabia seu nome. Aliás, nunca tinham se falado, só trocado sorrisos safados no elevador. Suspirou novamente, dessa vez de pena de si mesma. O que iria escrever naquele site? "Divorciada, mas saindo com alguém promissor, indo para a cama com o melhor amigo sempre que possível e paquerando o vizinho de baixo com esperança de que alguma coisa aconteça"?

Não, o vizinho nem devia virar parte do problema. O que era uma paquerinha inocente uma vez ou outra? Daria cem reais pra quem trouxesse uma mulher que nunca paquerou um vizinho bonito. Recusava-se a acreditar que era a única mulher que não prestava no mundo. O vizinho definitivamente não seria levado em consideração.

Provavelmente Bernardo também não deveria ser levado em consideração. Bernardo era o primeiro amor de Carolina e era responsável por ter partido seu coração. Não só ele tinha terminado com ela, mas também se mudado da cidade. Eles nunca foram capazes de perder totalmente o contato, então mandavam emails um para o outro. Às vezes, ele escrevia que sentia falta dela ou então dizia que estava com ciúme dos homens com quem ela saía, o que fazia o corção de Carol bater mais rápido. Na maioria das vezes, relembravam os velhos tempos; mas não era surpresa a conversa tornar-se um pouquinho mais picante.

"Divorciada, mas saindo com alguém promissor, indo para a cama com o melhor amigo sempre que possível, paquerando o vizinho do andar de baixo na esperança que alguma coisa aconteça e fazendo sexo virtual com o homem que partiu seu coração ( e que não é seu ex-marido)". Humm. Não. Ela tinha decidido tirar o vizinho. E talvez Bernardo também não devesse ser levado em conta.

Irritou-se. Esse site não tinha o direito de fazer isso com as pessoas! Ela era apenas humana, pelo amor de Deus! Encarou o espaço em branco, desafiando-o a julgá-la pela sua vida amorosa. O espaço, porém, continuou em branco, esperando ser preenchido.

Carolina estava cansada. Levantou-se e foi tomar um copo d'água. Voltou mais calma, sentou-se na frente do computador e escreveu:

"Esse espaço é pequeno demais para a minha complexa vida amorosa".

Concluiu o cadastro. O que iam pensar dela quando lessem aquilo? Provavelmente não seria pior do que o que pensariam se ela tivesse escrito a verdade, foi a conclusão de Carolina. Também pensou que chegara a um ponto em que nada que fizesse poderia piorar sua situação amorosa.

Percebendo que tinha alguma coisa muito errada com seus relacionamentos, resolveu fazer algo a respeito. Desligou o computador e, como quem não quer nada, foi até o andar de baixo - só pra ver se o vizinho poderia emprestar uma xícara de açúcar.

quinta-feira, 3 de março de 2011

Schutz e a Sensualidade do Salto Alto

Como todas as mulheres, eu sou louca por sapatos. No meu caso, sou um pouco mais específica; sou louca por sapatos da Schutz. Sapatos de salto alto da Schutz. Você diz o par, eu tenho.

Marilyn Monroe certa vez disse: "Não sei quem inventou o salto alto, mas todas as mulheres devem muito a ele".

Por que afinal, os sapatos de salto alto são tão sensuais? A autora Jena Pincott explica: "Anatomicamente falando, ao usar salto, você está fazendo o que chimpanzés fazem quando estão no cio: ficam na ponta dos pés, arqueiam as costas e empinam o bumbum. O movimento dos seus membro inferiores fica mais sensual. É difícil para os outros não notar o rebolado de seus quadris, a projeção de seus seios, a inclinação de sua pélvis, a exibição do seu material" (Livro "Os homens preferem mesmo as loiras?" da editora Academia de Inteligência).

Então, como uma fã do salto alto e uma fã ainda maior da Schutz, resolvi colocar aqui alguns dos sapatos da coleção nova (Schutz Winter 2011), que eu estou morrendo de vontade de comprar!









quarta-feira, 2 de março de 2011

Aquela pessoa





Às vezes, você simplesmente sabe. Não existem razões lógicas e racionais para explicar o efeito que aquela pessoa exerce em você. Você simplesmente sente e sabe. Não estou falando de amor; talvez vocês dois não tenham trocado mais do que algumas palavras. Eu não acredito em amor à primeira vista, só em paixão à primeira vista. E esta pode ser tão forte que acaba se transformando em amor. Afinal, como não amar aquela pessoa - aquela pessoa - que faz você perder o fôlego só de vê-la entrando na sala? O seu coração pára. Você não consegue parar de encarar, não conseguiria parar nem que o mundo estivesse desabando a sua volta.

Agora imagine se essa pessoa cruza um salão em sua direção. Você fica inquieto, sua respiração torna-se mais pesada. Um sussurro ao pé do ouvido com palavras bem escolhidas é o suficiente para aguçar ainda mais os seus sentidos e jogar o seu bom senso pela janela. Ir para a pista de dança torna-se óbvio e natural. E então tudo passa a ser uma conversa silenciosa; essa, afinal, é a magia da dança.

Mas se você encontra aquela pessoa, só um romance não basta; você quer um romance de cinema - uma comédia romântica, por que não? Beijos roubados, situações inusitadas, risadas. A expectativa de que os protagonistas devem ficar juntos e que apesar de qualquer problema que possa aparecer, são perfeitos um para o outro.

Você quer agir de modo impulsivo, fazer o que quiser sem pensar nas conseqüências. E morrer de vergonha depois. Quer analisar cada gesto, cada palavra. Interpretar sinais que nem existem. Quer rir, nem que seja de você mesmo.

E a sua primeira dança com aquela pessoa é como um indireto jogo de sedução - ansiedade, desejo, gula. Tudo em um movimento dos seus quadris.

Porém, o mais importante, é que durante todo o tempo, você vai olhar para essa pessoa de um jeito diferente. Não existe nada como a intensidade do olhar de alguém que sente esse amor, essa paixão. É doce, mas repleto de fogo. É como o olhar de alguém que acabou de descobrir um tesouro escondido. Afinal, nunca se sabe quando seus sentimentos vão chamá-lo para dançar.