sexta-feira, 9 de abril de 2010

Arrepio



E é de olhos fechados que eu o tenho. Um doce experimento em nome da luxúria, para testar todas as minhas teorias ao seu respeito. Uma tentativa de repor meus pensamentos no lugar. A solução para impedir minha imaginação de lhe encontrar e o jogar na parede, de roçar os lábios na sua boca. Cansei de ter você dominando minha mente, cansei de ver que você nem ao menos sabia disso.

E é em uma noite sem luar, sem restrições, sem segredos e sem timidez. Não preciso de serenatas ou juras de amor, só preciso sentir seu corpo colado no meu, como se nunca estivéssemos próximos o suficiente. Quero que seu corpo me mostre desejo, que sua boca me mostre urgência.

E é um embaralhado de pensamentos, sensações, emoções. Não tem quem nos impeça, os beijos não saciam, e temos a noite toda. O chão está repleto de roupas amassadas, abandonadas - não precisamos delas para onde estamos indo. As roupas que que lhe vestiam e me deixavam louca, que tinham o cheiro do seu perfume. As roupas que eu fantasiava arrancar do seu corpo para sentir o calor da sua pele.

E é bem do jeito que eu sabia que seria. Você alternando mordidas e obscenidades na minha orelha; minhas mãos passeando pelo seu cabelo, seu peito, suas costas. Como se quisessem tocar e experimentar tudo ao mesmo tempo. Chegamos a um ponto onde é impossível parar, nada mais importa, os instintos controlam os corpos e eles dizem para continuar cada vez mais rápido. Até que chega o momento, mais intenso do que todas as brincadeiras feitas até então. Depois é só suspiros.

E é com um arrepio que eu me lembro de tudo que fizemos, enquanto você me abraça, em um sono profundo.

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